Esquerda mostra apoio tímido nas redes à indicação de Messias ao STF, em meio a campanha para aprovação ao Senado

2025-12-02 HaiPress

Messias visita senadores após ser indicado por Lula à vaga de Barroso no STF — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

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GERADO EM: 01/12/2025 - 22:42

Indicação de Jorge Messias ao STF recebe apoio discreto da esquerda

A indicação de Jorge Messias ao STF,promovida por Lula,recebe apoio discreto da esquerda nas redes sociais. Enquanto o PT avalia que a dissociação de Messias com o partido pode beneficiar sua aprovação no Senado,a base governista se concentra em outros temas. Levantamentos mostram baixo engajamento online,com predominância de críticas,e o partido confia na atuação de Jaques Wagner para garantir apoio na CCJ.

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Defendida por Lula,a indicação do advogado-geral da União,Jorge Messias,para o Supremo Tribunal Federal (STF) tem mobilizado pouco,no ambiente on-line,a base alinhada ao governo,que tem atuado com mais força em outros temas de interesse da esquerda. Dentro do PT,integrantes afirmam que a mobilização tem sido tocada fora das redes sociais e que a distância mantida pelo partido tende a beneficiá-lo com o centro e a direita; ambos divididos entre o apoio e a crítica ao nome de Messias.

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Um levantamento da consultoria Palver a partir da análise de conversas de mais de 100 mil grupos de WhatsApp mostra que,em geral,menos de 10% das mensagens diárias trocadas sobre o tema foram em apoio a Messias,enquanto posts críticos corresponderam a mais de 50%. O silêncio de governistas também foi observado em canais de mensagens no aplicativo que reúnem militantes de esquerda e influenciadores ligados ao PT monitorados pelo GLOBO. Nas últimas semanas,os grupos têm priorizado temas como a isenção do Imposto de Renda,o fim da escala 6x1 e críticas à derrubada pelo Congresso dos vetos presidenciais na lei do licenciamento ambiental.

A defesa do nome de Messias nas redes sociais permaneceu em baixa mesmo após a publicação de uma nota pelo presidente do Senado,Davi Alcolumbre (União-AP),em que ele acusava “setores do Executivo” de tentar associar dificuldades de apoio no Congresso à negociação de cargos. Em resposta,somente a ministra Gleisi Hoffmann,das Relações Institucionais,entrou em cena e foi ao X dizer que o Planalto tem por Alcolumbre “o mais alto respeito e reconhecimento”. O baixo engajamento em prol da indicação do AGU também foi capturado por um relatório divulgado pela FGV Comunicação,que identificou 177 mil posts e 2,5 milhões de interações sobre o tema,dos quais os 25 com maior repercussão foram feitos por opositores.

Dentro da cúpula do PT,a baixa mobilização nas redes sociais por Messias tem sido minimizada por parte dos integrantes,que afirmam esperar maior barulho neste momento daqueles que são contrários à indicação,como os representantes do bolsonarismo. Também há confiança de que o líder do PT no Senado,Jaques Wagner (PT-BA),atua internamente para garantir a aprovação do nome dele na sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa,marcada para o próximo dia 10. Outras alas da sigla,no entanto,enxergam a distância mantida pelo partido como benéfica para o AGU,uma vez que a aproximação dele com a legenda poderia dificultar ainda mais a conquista de apoio à indicação entre representantes do centro e da direita. A indicação de Messias também chegou a enfrentar resistências iniciais de setores progressistas,que demandavam por mais representatividade no Supremo,e foi alvo de uma nota de repúdio publicada por integrantes do coletivo Mulheres que Decidem,que argumentou que a escolha de Lula deveria ser pautada pela participação social e não pela tentativa de “angariar apoio de movimentos religiosos”.

Em meio ao silêncio da esquerda,o debate sobre a escolha de Lula tem se tornado menos sobre “a clivagem” entre governistas e a oposição nas sociais,e sim um assunto que divide opiniões dentro da própria direita,explica Marco Aurélio Ruediger,diretor da FGV Comunicação.

— Agora que a escolha do Lula já foi formalizada,não há mais contestação interna e a escolha da esquerda está dada. O conflito que tem acontecido on-line passa a ser entre parte dos evangélicos,que apoiam Messias e o reconhecem como qualificado para representá-los no Supremo,e o bolsonarismo raiz — explica.

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