Leila Pereira acertou ao falar sobre fair play financeiro

2025-08-12 HaiPress

Leila Pereira em encontro da CBF sobre fair play financeiro — Foto: Staff Images / CBF

RESUMO

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GERADO EM: 11/08/2025 - 22:23

Leila Pereira defende fair play financeiro e responsabilidade fiscal no futebol brasileiro

Leila Pereira destacou a importância do fair play financeiro após a eliminação do Palmeiras pelo Corinthians na Copa do Brasil. Ela argumenta que pagar em dia e arcar com impostos são práticas que deveriam ser seguidas por todos,criticando a falta de responsabilidade financeira de outros clubes. A CBF está iniciando um sistema de sustentabilidade,mas a aplicação será desafiadora. Leila defende regras claras e participação democrática para garantir responsabilidade fiscal entre os clubes.

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Leila Pereira acertou ao falar sobre fair play financeiro. O Palmeiras foi eliminado pelo Corinthians da Copa do Brasil. Na bola? Lógico. Um time que entra para a decisão com um jogador a menos,expulso infantilmente aos 15 minutos,joga pela janela as suas chances de mudar um placar agregado que já vinha desfavorável. Mas o que determina o resultado de um jogo,de uma competição,não se limita ao pontapé inicial.

O Palmeiras compra direitos de jogadores e paga parcelas aos outros clubes em dia. O Corinthians,não. O Palmeiras promete remunerações estonteantes aos seus atletas e,além de arcar com salários e imagens,recolhe os impostos. O Corinthians,não. Este parágrafo poderia seguir o padrão para funcionários e credores de toda sorte,mas aprendi cedo que repetição torna o texto enfadonho. Você já captou a ideia.

É por isso que se fala em fair play. O jogo limpo praticado dentro de campo recomenda que,ao ter um jogador estirado no gramado e com dor,o outro bote a bola para fora pela linha lateral,para que ele receba atendimento médico. O fair play financeiro deveria seguir premissa parecida para o extracampo. Não vai pagar? Não contrata. Está empilhando dívidas e dando calotes em meio mundo? Perde ponto,é rebaixado.

Mas uma coisa é falar,outra é colocar em prática. Foi o que disse a Leila,no evento organizado pela CBF para dar início à proposição de um fair play — que a entidade vem chamando de sistema de sustentabilidade. “Verbalmente,todos estão de acordo. Ninguém tem coragem de dizer que é correto comprar e não pagar. Eu quero saber na prática”,disse a presidente do Palmeiras. Eu também quero ver. Vai ser difícil.

Primeiro,a turma toda vai ter que entrar em consenso sobre o que é fair play. Não,não se trata de equilibrar o campeonato,nem impor tetos salariais para impedir que algum clube saudável possa gastar. Esqueçam comparações com ligas americanas. O sistema vai colocar uma série de regras para incentivar a responsabilidade financeira. Quais regras? É para isso que a CBF acaba de criar o grupo de trabalho.

O grande problema,depois que esse regulamento estiver pronto,vai ser a aplicação. Por mais que se dê três a cinco anos para a adaptação,muitos insistirão em não se adequar. E aí me perdoe a sinceridade. Se o Figueirense estiver quebrado e quiser fazer estripulias no mercado de transferências,é fácil canetar seus cartolas. O poder midiático e político deles é limitado. Quem vai enfrentar e punir o Corinthians?

A saída é ter clareza e simplicidade nas regras,participação ampla e democrática de todos os agentes de mercado,tempo hábil para adequação,mas firmeza. Eu sei,escrever é mole. Mas alguém tem que escrever,tarefa a que me dedico há anos,especificamente sobre o fair play financeiro. E alguém de envergadura tem que falar,como fez Leila,por mais que outros alguéns julguem como resposta de má perdedora.

Eles estão errados,e ela está certa.

Só não compro a correlação que a presidente palmeirense fez entre responsabilidade financeira e estrutura societária. “A grande solução dos clubes é virar SAF”,ela disse,na mesma fala,no mesmo evento. Talvez não tenha tido a oportunidade de folhear o balanço do Botafogo,publicado com 100 dias de atraso,com números que levantariam sinais vermelhos em qualquer sistema de fair play financeiro.

Foi um prazer

Assim me despeço desta coluna no GLOBO,quase quatro anos após a estreia. Obrigado ao jornal por espaço tão nobre,obrigado a você pela leitura e pelo carinho.

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