2025-06-03
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O ex-presidente Jair Bolsonaro em sessão da Primeira Turma do STF que iniciou o julgamento da denúncia por tentativa de golpe: ele foi o único dos investigados a comparecer à Corte — Foto: Gustavo Moreno/STF
GERADO EM: 02/06/2025 - 20:23
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A fase dos interrogatórios do núcleo 1 da trama golpista irá colocar pela primeira vez os oito réus — entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro — frente a frente ao ministro Alexandre de Moraes,relator no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação penal que apura a tentativa de um golpe de Estado após as eleições de 2022 .
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Os interrogatórios foram marcados por Moraes para a próxima segunda-feira,dia 9,e começam com a fala do tenente-coronel Mauro Cid pelo fato de ele ser colaborador da Justiça. Isso ocorre porque,na ação penal,as defesas devem ter a oportunidade de se defender de todas as acusações.
Além dele,todos os demais réus e seus advogados estarão ao mesmo tempo na sala de audiências da Primeira Turma da Corte,local onde os julgamentos da trama golpista vêm ocorrendo. Ainda não houve definição sobre a possibilidade de os interrogatórios serem assistidos de forma presencial por uma plateia.
Após Mauro Cid,os réus serão ouvidos em ordem alfabética. Falarão Alexandre Ramagem,Almir Garnier,Anderson Torres,Augusto Heleno,Jair Bolsonaro,Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Todos eles deverão comparecer de forma presencial ao STF,com a exceção de Braga Netto,que está preso desde dezembro. O interrogatório dele será feito por videoconferência,mas de forma simultânea com os demais.
Bolsonaro e Moraes já estiveram na mesma sala durante o julgamento da denúncia,em 25 de março. Mas pela disposição dos assentos na sala e a localização dos ministros no plenário,os dois não ficaram frente a frente. No interrogatório o contato direto entre eles será obrigatório,uma vez que Moraes é quem conduzirá as perguntas aos réus.
No caso de os depoimentos não serem concluídos na audiência da próxima segunda-feira,mais datas foram reservadas por Moraes: o ministro separou entre os dias 9 e 13 para que os réus sejam ouvidos. Eles têm o direito de permanecer em silêncio,já que nenhum acusado é obrigado a produzir prova contra si mesmo.
O anúncio das datas foi feito por Moraes no fim das audiências com as testemunhas na ação. Nas últimas duas semanas,52 pessoas foram ouvidas,indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas.
Finalizados os interrogatórios,o ministro Alexandre de Moraes novamente irá abrir um prazo para que acusação e defesas se posicionem no processo,para as chamadas alegações finais. Novamente,em razão da delação firmada por Mauro Cid,a ordem de apresentação deverá privilegiar as defesas: com isso,a Procuradoria-Geral da República (PGR) irá apresentar seus argumentos finais,seguida pelo ex-ajudante de ordens e,por fim,por todas as defesas dos réus.
Essa é a última fase do processo antes do julgamento,que será realizado com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes,além do seu voto e dos outros quatro integrantes da Turma,os ministros Flávio Dino,Luiz Fux,Cristiano Zanin e Cármen Lúcia,pela condenação ou absolvição dos réus.