2025-04-23
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O Papa Francisco e o então vice-presidente Michel Temer em 2013,no Rio — Foto: Anderson Riedel/VPR
GERADO EM: 22/04/2025 - 19:14
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O ex-presidente Michel Temer afirma que a "radicalização política" impediu que o Papa Francisco fosse uma unanimidade no Brasil.
Nos 12 anos em que esteve à frente da Igreja Católica,o pontífice se reuniu com três presidentes brasileiros. A exceção foi Jair Bolsonaro,que chegou a criticá-lo quando estava no poder.
— O Brasil e o mundo ficaram muito divididos pela radicalização política. Era inevitável que isso atingisse o Papa. Como líder religioso,muitas vezes ele tinha que se manifestar — disse Temer à coluna.
O emedebista esteve duas vezes com Francisco,ambas como vice-presidente de Dilma Rousseff. A primeira foi em 2013,quando o Papa veio ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude.
— A presidente Dilma não foi se despedir dele,mas eu fui. Foi um momento muito interessante. Eu estava inspirado no meu discurso. Disse que o Papa era argentino,mas a partir daquele momento residia no coração dos brasileiros — relembrou o ex-presidente.
No ano seguinte,Temer representou o governo brasileiro na missa pela canonização do padre José de Anchieta,realizada no Vaticano.
— Assisti à missa na primeira fileira. Fiquei muito feliz porque o Papa me reconheceu e parou para me cumprimentar — contou o ex-presidente.
Francisco não voltou mais ao Brasil após o impeachment de Dilma,em 2016. Temer tentou trazê-lo no ano seguinte,mas o Papa recusou o convite. Em carta,fez referência à crise política que o país atravessava e disse que não tinha "receita para resolver algo tão complexo".
Questionado,o ex-presidente disse não se lembrar do episódio.
— Para mim,Francisco deixa uma imagem de paz,serenidade e progresso. Torço para que o próximo Papa siga os passos dele — disse Temer.