Lula critica tarifaço de Trump: 'Em defesa de alguma coisa que não sabemos o que pode acontecer'

2025-04-23 HaiPress

O presidente do Chile,Gabriel Boric,visita Lula no Palácio do Planalto — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 22/04/2025 - 19:36

Lula critica tarifas dos EUA e reforça multilateralismo em encontro com Boric

Durante visita do presidente chileno Gabriel Boric ao Brasil,o presidente Luiz Inácio Lula criticou a política tarifária dos EUA sob Donald Trump,destacando o contraste com a tradição de livre comércio. Lula enfatizou a importância do multilateralismo e das relações equilibradas,sem escolher entre EUA e China. Os dois líderes assinaram acordos bilaterais em segurança pública,audiovisual e inteligência artificial,apesar de divergirem em temas como Venezuela e Ucrânia.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO

Ao discursar nesta terça-feira,o presidente Luiz Inácio Lula criticou os Estados Unidos pela guerra comercial deflagrada pelo líder americano,Donald Trump.

Galípolo: 'Estamos todos no Banco Central bastante incomodados em não estarmos cumprindo a meta'Boletim Focus: mercado financeiro reduz projeção para inflação deste ano

— Acho muito estranho que um país que simbolizou desde segunda guerra essa esteira da democracia,do livre comércio,tenha dado a guinada que deu nos últimos dias,propondo a maior política de taxação comercial que o mundo já tomou conhecimento,em defesa de alguma coisa que não sabemos o que pode acontecer — afirmou,em um evento empresarial ao lado do líder do Chile,Gabriel Boric.

Mais cedo,o presidente brasileiro disse que não deseja uma nova Guerra Fria e também que não quer "escolher entre os Estados Unidos e a China",em referência à batalha comercial entre os dois países e a série de tarifas mútuas. A declaração foi dada durante visita do presidente do,a Brasília.

Com guerra comercial de Trump: FMI reduz projeção de crescimento da economia global em 2025 para 2,8%

— Todo mundo só falava em livre comércio e globalização e,de repente,nada disso vale a pena e o que vale a pena é o protecionismo. Você não quer guerra fria e eu não quero guerra fria. Eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com os Estados Unidos,quero ter relação com a China. Eu não quero ter preferência. Quem tem que ter preferência são os meus empresários que querem negociar. Mas eu não,eu quero vender e comprar,vender e comprar,fazer parceria — disse Lula,em declaração de imprensa ao lado do chileno.

O presidente brasileiro afirmou ainda que Boric está convidado para vir à cúpula do Brics em julho. Em outro momento,na chegada ao Itamaraty,Lula voltou a tratar da guerra comercial instalada pelo presidente dos Estados Unidos,Donald Trump.

— Não nos agrada essa disputa estabelecida pelo presidente Trump. Eu acho que ela não é nem conveniente para os Estados Unidos,não é conveniente para ele. O que nós queremos é estabelecer uma política de cordialidade comercial — afirmou Lula.

'Divórcio litigioso': Disputa entre EUA e China pode fazer história ao redesenhar economia global

Antes,Lula e Boric assinaram atos bilaterais. Depois da agenda,os presidentes seguiram para o Palácio Itamaraty,onde participam de almoço. Os presidentes vão participar ainda do Foro Empresarial Brasil-Chile,onde serão discutidos temas estratégicos para a integração logística e comercial entre as duas nações.

Os presidentes de Brasil e Chile assinaram uma série de acordos bilaterais,como:

Cooperação na área de segurança pública com foco na prevenção e combate ao crime organizado transnacional; Coprodução audiovisual entre os dois países;Intercâmbio de militares nos centros de operações de paz de ambos os países;Cooperação para criação de sistemas de inteligência artificial.

Momentos antes da chegada de Boric ao Itamaraty,Lula voltou a defender o multilateralismo e disse que é preciso um equilíbrio e cordialidade nas relações comerciais. Ele disse que não agrada aos brasileiros a guerra comercial deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos,Donald Trump.

— A nós,brasileiros,não agrada essa disputa estabelecida pelo presidente Trump. Eu acho que ela não é nem conveniente para os Estados Unidos,e nem conveniente para ele. O que nós queremos é estabelecer uma política de cordialidade comercial.

Lula também afirmou que é preciso tratar os imigrantes "com o respeito que eles merecem". Segundo o presidente brasileiro,o mundo precisa voltar à normalidade.

— O mundo precisa votar uma certa normalidade. O mundo não pode ser induzido à raiva,ao ódio,ao preconceito,à perseguição. Não tem lógica.

Divergências

Apesar de serem dois políticos de esquerda e da cooperação entre os dois países,Lula e Boric têm divergido em questões centrais da agenda internacional,como o tratamento dado a Nicolás Maduro na Venezuela e a guerra na Ucrânia.

No caso da Venezuela,por exemplo,o presidente chileno foi um dos primeiros do mundo a reagir,no ano passado,ao anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de que Maduro teria sido reeleito,derrotando o candidato da oposição Edmundo González. Lula adota uma postura mais conciliadora e tenta negociar com o chavista.

O presidente chileno,em seu primeiro mandato,Boric defende a condenação da invasão russa na Ucrânia por parte dos países da América do Sul,enquanto Lula prega uma saída negociada e de consenso entre os dois países.

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.