Autoridades dos EUA, Ucrânia e Europa se unem em Paris para debater cessar-fogo na guerra da Ucrânia; Rússia critica encontro

2025-04-18 IDOPRESS

Autoridades dos EUA,Ucrânia e Europa se reúnem pela primeira vez para buscar uma trégua entre Kiev e Moscou — Foto: Julien de Rosa / AFP

Pela primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia,autoridades dos Estados Unidos,da Ucrânia e de três países europeus reuniram-se nesta quinta-feira em Paris,na França,com o objetivo de reativar os esforços por um cessar-fogo entre Kiev e Moscou. Na Rússia,no entanto,o encontro na capital francesa foi mal recebido. Segundo Dmitri Peskov,porta-voz do Kremlin,"os europeus têm um foco na continuação da guerra". Uma nova reunião está marcada para a próxima semana,em Londres,no Reino Unido.

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Participaram das conversas em Paris o presidente francês,Emmanuel Macron,o secretário de Estado dos EUA,Marco Rubio,e o enviado especial da Casa Branca,Steve Witkoff. Também estiveram presentes o ministro britânico das Relações Exteriores,David Lammy,e um representante da Alemanha. Do lado ucraniano,integraram a delegação Andrii Yermak,chefe de gabinete do presidente Volodimir Zelensky,o chanceler Andrii Sibiga e o ministro da Defesa ucraniano,Rustem Umerov.

Autoridades dos EUA,Ucrânia e Europa se reúnem pela primeira vez para buscar uma trégua entre Kiev e Moscou — Foto: Julien de Rosa / AFP

— A novidade é que hoje,em Paris,Estados Unidos,Ucrânia e os europeus se reuniram em torno da mesma mesa para discutir maneiras de alcançar uma paz justa e duradoura — declarou o chefe da diplomacia francesa,Jean-Noël Barrot.

A presidência francesa celebrou uma “excelente troca” após a série de reuniões,destacando que o encontro representou o início de um "processo positivo". “Hoje em Paris demos início a um processo positivo no qual os europeus estão envolvidos”,afirmou o Palácio do Eliseu.

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— Durante muito tempo houve a preocupação de que os europeus não estivessem à mesa — disse o chanceler francês Jean-Noël Barrot. — Hoje,europeus,americanos e ucranianos se reuniram pela primeira vez.

Macron,que tem buscado protagonismo na coordenação da resposta europeia para proteger a Ucrânia,classificou o encontro como “uma importante oportunidade de convergência” e afirmou que todos desejam “uma paz sólida e sustentável”.

O presidente francês,durante a reunião com autoridades dos EUA,Ucrânia e Europa — Foto: Ludovic Marin / AFP

Também nesta quinta,Trump disse a repórteres no Salão Oval que os Estados Unidos "ouviriam a Rússia esta semana" sobre a proposta para um cessar-fogo. Além disso,o republicano acrescentou que,embora não seja um "grande fã" de Zelensky,ele não responsabiliza o líder ucraniano pela guerra.

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— Teremos notícias deles muito em breve e veremos. Mas queremos que isso pare. Queremos que as mortes e os assassinatos. Não responsabilizo Zelensky,mas não estou exatamente entusiasmado com o fato de aquela guerra ter começado. Nunca teria começado se eu fosse presidente — afirmou Trump.

O papel dos EUA no cessar-fogo

Apesar da iniciativa diplomática,Zelensky acusou nesta quinta-feira o enviado especial dos EUA,Steve Witkoff,de adotar a "estratégia russa” e as “narrativas” de Moscou.

Depois de se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin pela terceira vez na semana passada,Witkoff disse à Fox News que qualquer acordo de paz na Ucrânia se concentrará nos "chamados cinco territórios",referindo-se à Crimeia,à península ucraniana anexada pela Rússia em 2014 e às quatro regiões continentais ucranianas que a Rússia ocupou desde sua invasão em grande escala em 2022. Witkoff já havia sugerido que a Ucrânia poderia ter que cedê-las para alcançar uma trégua.

Rubio,após o encontro,telefonou para o chanceler russo,Serguei Lavrov,para informá-lo sobre as conversas. O Departamento de Estado dos EUA relatou que Rubio classificou o diálogo como “esperançoso” e reiterou que “o presidente Trump e os Estados Unidos querem que essa guerra termine e apresentaram a todas as partes as diretrizes para uma paz duradoura”.

Desde a volta de Trump à Casa Branca,o governo dos EUA abriu negociações diretas com Moscou para encerrar mais de três anos de guerra,deixando de lado seus aliados europeus e,em alguns momentos,a própria Ucrânia.

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Os esforços de Trump,ainda não resultaram no fim do conflito. Proposto pelos EUA,um cessar-fogo incondicional na guerra foi aceito pela Ucrânia no início do mês passado,mas prontamente negado pela Rússia.

Mesmo com a recusa da Rússia ao cessar-fogo,Steve Witkoff afirmou,após se reunir com Vladimir Putin na semana passada,que vê um acordo surgindo e acredita que as partes estão "às portas de algo muito importante".

Os ataques russos não param

No último domingo,por exemplo,um bombardeio russo em Sumy,no nordeste da Ucrânia,deixou 35 mortos. Nesta quinta-feira,durante a reunião em Paris,a cidade de Dnipró também foi alvo de um “ataque massivo de drones” da Rússia,que deixou três mortos e pelo menos 30 feridos,segundo autoridades ucranianas.

— Putin demonstrou novamente que sua crueldade não tem limites,que não tem nenhuma intenção de cumprir um cessar-fogo — declarou o ministro francês Jean-Noël Barrot,referindo-se ao ataque de Sumy.

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No Kremlin,o encontro em Paris foi mal recebido.

— Infelizmente,o que vemos da parte dos europeus é um foco na continuação da guerra — afirmou o porta-voz russo Dmitri Peskov.

(Com AFP)

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