Guerra comercial é 'briga pessoal' de Trump com a China, diz Lula

2025-04-10 IDOPRESS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva,em evento em Brasília — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que a guerra comercial deflagrada pelo americano "é uma briga pessoal com a China". Mais cedo,Trump anunciou uma pausa de 90 dias na cobrança de tarifas em todos os países que não retaliaram na guerra comercial iniciada por ele mesmo. A medida não vale para a China,que agora passará a ter uma "dose extra" de tarifas,com a taxa aplicada sobre os produtos chineses que entram nos EUA subindo dos atuais 104% para 125%.

Na semana passada,Trump anunciou um aumento generalizado de tarifas,com patamares que variavam de 10% (taxa mínima) a 50% para todos os países com os quais os EUA têm relações comerciais.

— Me parece que está ficando cada vez mais visível que é uma briga pessoal com a China. Ele aumentou a taxação da China para 125% e reduziu as outras para 10%,na perspectiva de que nesses 90 dias haja possibilidade de negociação — disse o presidente brasileiro,em Honduras.

Lula criticou,ainda,possibilidade de negociações individuais e defendeu o multilateralismo.

— É importante que pessoas entendam que não é aceitável a hegemonia de um país,nem militar,nem cultural,nem industrial,tecnológica,sobre os outros. É importante que todo mundo tenha sua soberania respeitada e suas decisões levadas em conta. E que a melhor forma de fazer bom acordo é sentar numa mesa de negociação sem hegemonismo. Sem prepotência e sem arrogância.

Mais cedo,Lula disse em discurso que tarifas desestabilizam a economia internacional e elevam os preços. Afirmou ainda que guerras comerciais não têm vencedores.

Em entrevista à imprensa,o presidente brasileiro afirmou que não se sabe "qual será o efeito devastador disso na economia",em referências às ações de Trump,inclusive na própria economia americana.

— Ninguém pode dizer que vai ser bom ou vai ser ruim. É preciso saber quanto vai custar isso do ponto de vista do preço dos produtos,da relação multilateral.

Quando questionado o Brasil poderia tirar vantagem de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China,Lula negou e disse que não gostaria de ver o acirramento do conflito:

— Não gostaria que tivesse uma guerra entre China e EUA. É importante a gente lembrar que desde 1973,presidente Nixon estabeleceu a China como parceiro estratégico,é importante (lembrar) que durante décadas e décadas as empresas americanas foram para a China por causa da mão de obra barata. Os chineses evoluíram,formaram milhões de engenheiros,não sei se copiaram ou não,mas estão mais evoluídos que outros países. Os EUA,ao invés de querer brigar,poderiam sentar em torno de uma mesa e fazer uma negociação. Não precisa ter guerra,guerra a gente sabe o que acontece. Sabe o que aconteceu na primeira,na segunda e o que pode acontecer numa terceira loucura. Hoje não é canhão,não é rifle,é bomba atômica.

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