Secretária de Anielle pede demissão e alega 'falta de autonomia' para trabalhar na Igualdade Racial

2025-04-09 HaiPress

A ex-secretária de Políticas Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial (MIR),Márcia Lima — Foto: Reprodução/Redes Sociais

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GERADO EM: 08/04/2025 - 19:10

Secretária de Políticas Afirmativas do MIR pede demissão por falta de autonomia e critica comunicação governamental

A secretária de Políticas Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial,Márcia Lima,pediu demissão alegando falta de autonomia na formação de sua equipe e criticou a comunicação do governo sobre avanços na igualdade racial,como a revisão da lei de cotas e o Plano Juventude Negra Viva. Lima destacou a necessidade de um compromisso maior dos ministérios e a importância de uma comunicação eficaz sobre as ações raciais.

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A secretária de Políticas Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial (MIR),oficializou a sua saída da pasta nesta terça-feira afirmando enfrentar problemas quanto à autonomia do seu trabalho e as estratégias de comunicação do governo.

Ao GLOBO,Márcia afirmou que o principal ponto para a sua decisão de deixar a pasta comandada por Anielle Franco foi perder a autonomia na formação de sua equipe.

— Eu sempre tive muita autonomia na gestão da Secretaria. Mas,recentemente,as decisões de composição da equipe passaram a ser tomadas pela alta gestão do ministério. Eu senti,então,que era o momento de pedir minha demissão. Definir o perfil da equipe não era mais uma atribuição minha.

Junto a isso,a agora ex-secretária cita avanços nas políticas raciais conduzidos por sua pasta que não foram comunicados de forma efetiva pelo governo federal. Na lista,aparece a revisão da lei de cotas no ensino superior,a renovação da lei de cotas no serviço público — que aumentou de 20% para 30% a reserva de vagas —,e o Plano Juventude Negra Viva,que busca a redução da vulnerabilidade dos jovens negros à mortalidade.

A secretária cita que o Plano Juventude Negra Viva é “sólido” e inclui políticas de monitoramento dos indicadores e até mesmo um guia de monitoramento da participação dos ministérios. Esse ponto,segundo ela,foi o mais frágil.

— O compromisso que os ministérios envolvidos no plano tem que ter. Tem que estar na voz de todos os ministros,na voz do presidente Lula. Quando eu falo de comunicar é um desafio para esse governo. Primeiro pelo número de ministérios que tem. E porque a pauta racial é uma pauta que tem ainda muita resistência para dentro do governo,para o legislativo. Construir uma pauta de igualdade racial é um enorme desafio.

Um outro destaque apontado Lima foi o desenvolvimento junto com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) de uma estratégia de comunicação antifascista,que busca,inclusive,orientar a comunicação dos outros ministérios sobre o assunto.

Apesar de ter sido lançado em dezembro,o plano não foi divulgado. Ao falar sobre as limitações da comunicação do governo federal,Lima afirma que o governo é “muito melhor do que ele consegue demonstrar”.

— Uma das coisas mais importantes que a gente fez,e espero que ganhe mais espaço no governo,foi o grupo de comunicação antifascista,construído junto com a Secom […] Esse plano de comunicação pode ser um avanço real para esse problema de como falar da questão racial na gestão pública. É uma das conquistas que a gente tem e a gente nunca ouviu falar. Lançamos em dezembro do ano passado. Nunca vi uma linha sobre isso. É um enorme avanço e não ganhou visibilidade.

Recentemente,o presidente Lula mudou o comando da Secom,nomeando para a cadeira de ministro seu comunicador de campanha,Sidônio Portela. Ele assumiu o comando do ministério com a missão de impulsionar a comunicação das ações do governo em meio a queda de popularidade do presidente e de emplacar uma marca para o terceiro mandato do petista.

Apesar de negar relação com a queda de popularidade,Sidônio realizou recentemente um evento para apresentar todas as ações desenvolvidas pelo governo ao longo dos dois primeiros anos. O ministro chegou a afirmar na ocasião que a “impopularidade” era responsabilidade de “todos os ministros”.

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