2025-04-09
HaiPress
Vegetti marcou o gol da vitória do Vasco — Foto: Matheus Lima/Vasco
Primeira vitória na Sul-Americana,liderança no Grupo G (quatro pontos) e gol do artilheiro Vegetti. Ingredientes de um jogo que poderia ter sido tranquilo,mas foi tenso em São Januário. O triunfo por 1 a 0 do Vasco sobre o frágil Puerto Cabello-VEN contou com o contraste da festa para o camisa 99 e as muitas vaias ao técnico Fábio Carille.
Vendo a pressão sobre o seu trabalho crescer,o treinador escalou força máxima,com uma única alteração no time que vinha sendo titular: a entrada de Tchê Tchê no lugar de Paulinho. A escalação ofensiva resultou em um Vasco que teve domínio da bola e do campo.
Além do fator casa,numa Colina novamente cheia,pesou a nítida disparidade técnica entre as duas equipes. Montado para se defender bem e sair nos contra-ataques,o Puerto Cabello ganhava pouquíssimas divididas e cometia falhas bobas. Em determinado momento do 1º tempo,o Vasco chegou a ter três jogadas de ataque em sequência,todas ganhando a bola pelo meio.
O que segurava o time venezuelano na partida eram as ótimas atuações do zagueiro Mbaye e,em especial,do goleiro Luis Romero,que fez três grandes defesas antes do intervalo.
O Vasco,por outro lado,tentava encontrar inspiração para além dos cruzamentos para Vegetti na área,uma necessidade para o restante da temporada.
Entretanto,se o time procura tanto seu artilheiro,é por um bom motivo. Quando o 1º tempo já se encaminhava para um 0 a 0,com 9 a 3 em finalizações,um cruzamento que parecia despretensioso de Garré se transformou em bola na rede: Vegetti deu dois passos para trás e ajeitou o corpo para colocar,de cabeça,no cantinho de Romero.
O gol de especialista transformou também o argentino no segundo estrangeiro com mais gols vestindo a camisa do Vasco. Chegou aos 44,superando Germán Cano e ficando atrás apenas de Villadoniga (83). Também foi a terceira vez que balançou as redes nesta edição da Sul-Americana.
Se o gol de Vegetti fez a torcida explodir em alegria,um segundo tempo moroso e burocrático do Vasco cortou qualquer voto de confiança ou paciência.
Dificuldades na criação,falta de pontaria e espaços dados ao time venezuelano — mesmo que este não os tenha aproveitado — irritaram a torcida,que,em dois momentos,puxou coros fortes de “fora,Carille” e xingamentos ao treinador.
Coutinho teve duas boas chances,a melhor delas em cruzamento de Tchê Tchê,mas parou em Romero.
Mesmo com a vitória,os mais de 17 mil presentes não perdoaram: após o apito final,mais vaias,xingamentos e pedidos de saída do técnico foram ouvidos. Posteriormente,os vascaínos exaltaram Vegetti e Hugo Moura,destaques do jogo.
— Eu amo a torcida Vasco,mas se não estivermos todos unidos,as coisas não vão dar certo. É um treinador que trabalha muito — disse Vegetti,que abraçou Carille na comemoração do gol.