Na pandemia, Léo Batista se dedicou ao artesanato: 'Cheguei a pensar que não voltaria a trabalhar'

2025-01-20 IDOPRESS

Léo Batista: artesanato durante a pandemia — Foto: Reprodução/redes sociais

RESUMO

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GERADO EM: 19/01/2025 - 17:14

Luto: Falece Léo Batista,ícone do jornalismo esportivo

Léo Batista,ícone do jornalismo esportivo,morreu aos 92 anos. Durante a pandemia,dedicou-se ao artesanato,aprendido com o pai pedreiro,criando peças diversas. Com extensa carreira na TV Globo,ficou marcado por cobrir eventos importantes e inovar na comunicação esportiva. A morte ocorreu devido a um tumor no pâncreas,após uma internação por desidratação.

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Aos 92 anos,Léo Batista,um dos principais nomes do jornalismo esportivo brasileiro,morreu neste domingo,em decorrência de um tumor no pâncreas. Sem planos de se aposentar,o âncora e repórter seguia na ativam após cerca de 77 anos dedicados à profissão — sendo 54 deles na TV Globo. Durante a pandemia de Covid-19,no entanto,o jornalista temeu não poder voltar a exercer a profissão e,para se ocupar,passou a se dedicar a outro ofício: o artesanato.

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Em 2021,aos 88 anos,imunizado com a segunda dose da vacina,Léo Batista tinha acabado de voltar à redação “Globo Esporte”,da TV Globo,no Rio,após 400 dias de isolamento,quando contou ao GLOBO sobre a volta ao ar,a recepção calorosa dos colegas e o "hobby" durante a quarentena.

– Cheguei até a pensar que não voltaria mais a trabalhar. Fiquei muito feliz quando fui comunicado que,de acordo com os protocolos,estaria apto a retomar as atividades – contou. – Para não deixar esse sentimento de desânimo me abater,eu procurava sempre me ocupar,fazendo coisas em casa.

Aprendizado com o pai pedreiro

Uma dessas coisas era o artesanato,paixão já nutrida antes da pandemia. Ele conta que sua produção foi tão intensa que “daria para encher o estoque de uma loja de tamanho razoável”.

– Antes de jogar alguma coisa fora,sempre penso se ela teria outra finalidade. Meu pai era pedreiro e,quando garoto,eu o ajudava. Acho que comecei a desenvolver habilidades manuais naquela época — revelou ao GLOBO.

Com restos de azulejo,o jornalista-artesão fez bandejas bonitas para servir café e água com fundo de garrafa pet. Com o mesmo material,confeccionou flores e as usou em quadros,sempre com uma frase inscrita. Ele também transformava garrafas plásticas em canecas e regador,latas de alumínio em porta-lápis,e pedaços de madeira em prateleiras para cozinha ou porta-chaves de parede.

Léo Batista faleceu no hospital Hospital Rios D’Or,localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro,em função de um tumor no pâncreas. O jornalista deu entrada no hospital no dia 6 de janeiro,em decorrência de um quadro de desidratação e dor abdominal. Exames detectaram o tumor,que exigira internação na UTI da unidade ao longo dos últimos dias,mas ele não resistiu.

Leque de atuação

Nascido em Cordeirópolis,cidade do interior de São Paulo,em 22 de julho de 1932,o filho de italianos chegou ao Rio de Janeiro em 1952,para ser locutor no programa "O Globo no Ar",da Rádio Globo. Em 1955,migrou para a televisão,apresentando durante 13 anos o Telejornal Pirelli,da extinta TV Rio.

Conhecido por seu bom humor,chegou à Globo em 1970,convidado para trabalhar na Copa do Mundo do México. Além de fazer parte da bancada do Jornal Nacional,Léo Batista passou 40 anos cobrindo o Carnaval do Rio de Janeiro no rádio e na televisão. Foi o primeiro apresentador tanto do Jornal Hoje,em 1971,quanto do Esporte Espetacular,em 1973,e também do Globo Esporte,em 1978.

No centro de grandes episódios da História,Léo Batista foi o primeiro locutor que noticiou a morte do presidente Getúlio Vargas,em 1954,e um dos jornalistas que transmitiram o primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha,maior ídolo do Botafogo,em 1953.

Torcedor do time alvinegro,o lendário jornalista recebeu uma justa homenagem do clube do coração ainda em vida,quando o Botafogo deu seu nome a uma das cabines de imprensa do estádio Nilton Santos.

O jornalista foi também o primeiro narrador de uma transmissão de surfe e de Fórmula 1 na televisão do país,além de marcar época com os gols do Fantástico,que mudaram a forma com que se consumia o futebol nas décadas de 1970 e 1980,acompanhado da famosa “Zebrinha”.

Atravessando diferentes épocas,ainda estava a todo vapor e sem hora exata de parar na comunicação,fazendo,por exemplo,quadros ao seu modo no Globo Esporte.

Em janeiro de 2022,ele havia perdido a esposa,Leyla Chavantes Belinaso,falecida aos 84 anos após um infarto. O casal teve duas filhas,Cláudia e Mônica.

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