2025-01-17 IDOPRESS
Passageiros usam o cartão Jaé no Terminal Gentileza — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
GERADO EM: 16/01/2025 - 18:22
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A Autopass SA,que negocia a compra da operação do cartão Jaé no Rio,tem como principal cliente uma associação ligada a empresas de ônibus da Região Metropolitana de São Paulo. A Autopass opera o cartão Top,uma versão paulistana do Riocard fluminense. Por meio desse contrato,além das receitas geradas pelo pagamento das tarifas,ela recolhe os dados sobre as viagens e os repassa à Associação de Serviços Públicos de Transporte Coletivo de Passageiros do Estado de São Paulo (Abasp). Essas informações são,portanto,controladas pelas empresas,e não pelo poder público.
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A Abasp,por sua vez,é uma entidade sem fins lucrativos que reúne 24 empresas que operam mais de 500 linhas intermunicipais por meio de 4,2 mil coletivos na Região Metropolitana de São Paulo. Entre as empresas associadas está a Viação Guarulhos,do Grupo Guanabara,a maior operadora de ônibus do Rio,que tem entre os sócios o empresário Jacob Barata Filho.
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A relação guarda semelhanças com a gestão da bilhetagem eletrônica do Riocard,que até o ano passado,quando a prefeitura do Rio iniciou a implantação do Jaé,tinha exclusividade da operação do sistema no Rio. A diferença é que o Riocard tem entre os sócios empresários de ônibus ligados a Semove (ex-Fetranspor),que reúne as empresas de ônibus do Rio.
Hoje,a Riocard opera de forma exclusiva no transporte intermunicipal da Região Metropolitana do Rio (incluindo trens,barcas e metrô). Depois de vários adiamentos,a prefeitura carioca pretende encerrar a operação do Riocard em julho e operar exclusivamente o Jaé,licitado pelo município. O governo do Estado também promete licitar o serviço,que não poderia ser disputado pelo Riocard,pelos vínculos com os operadores.
A prefeitura alega que,com o Jaé,passará a ter controle em tempo real do faturamento e passageiros das linhas,o que não acontece hoje com a Riocard. Os sócios da Autopass não são empresários do setor,mas sua existência depende hoje,principalmente,de uma parceria com a Companhia Metropolitana de Transportes (CMT). A CMT,é integrada pelas empresas de ônibus associadas da CPTM e Metro,todas ligadas à ABASP.
Essa dependência é revelada por auditorias independentes nas contas da Autopass. Procurada para esclarecer a relação,a Autopass comentou somente as negociações com a prefeitura do Rio.
''As reuniões seguem ocorrendo de forma regular com a prefeitura,o que reforça o compromisso mútuo em viabilizar a concretização do negócio de forma estruturada dentro da expertise e da qualidade dos serviços prestados pela Autopass nos últimos 15 anos em São Paulo'',afirma em nota.
A Abasp,explicou como é a relação dela com a Autopass:
'''A Abasp foi criada para apoiar,fomentar e aprimorar as atividades de bilhetagem e arrecadação nos serviços públicos de transporte coletivo da capital e região metropolitana de São Paulo. Os recursos arrecadados de forma centralizada na ABASP são repassados,diariamente,aos seus associados de acordo com a utilização dos serviços pelos passageiros. A Autopass foi contratada pela Abasp desde 2020 para ser a responsável pela gestão de todo o sistema e tecnologia da Plataforma TOP''.
Procurada,a prefeitura do Rio informou que toda a documentação da Autopass se encontra em análise. O Grupo Guanabara não respondeu ao GLOBO.