2024-11-05 HaiPress
Geraldo Alckmin,Marina Silva e André Corrêa do Lago — Foto: Reprodução
GERADO EM: 04/11/2024 - 22:19
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO
Com tempo reduzido para resolver problemas de infraestrutura e falta de vagas em hotéis,a organização da COP30,marcada para daqui a um ano em Belém,deve ter novas definições até o fim deste mês. Há uma expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolha o presidente da conferência,a primeira na Amazônia. É um posto-chave,responsável por articular as negociações com os outros países e elaborar a agenda de reuniões.
A um ano do megaevento: Falta de hospedagem e falhas de infraestrutura prejudicam preparação de Belém para a COP30Bruno e Dom: Veja como foi o crime que,segundo a PF,ocorreu a mando de 'Colômbia'
Entre os mais cotados estão o embaixador André Corrêa do Lago,secretário de Clima,Energia e Meio Ambiente do Itamaraty,e a ministra do Meio Ambiente,Marina Silva. Outras possibilidades são o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento,Indústria,Comércio e Serviços,Geraldo Alckmin; o chanceler Mauro Vieira; e a secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente,Ana Toni.
Apesar de não ser uma regra,há um histórico de presidentes de COP terem status ministerial. Na COP29,dos dias 11 e 22 deste mês,em Baku,capital do Azerbaijão,o chefe da conferência é o ministro de Ecologia e Recursos Naturais,Mukhtar Babayev. Na COP 28,em Dubai,foi o sultão Al Jaber,ministro da Indústria e Tecnologia Avançada e CEO de uma petrolífera estatal dos Emirados Árabes Unidos.
Avalia-se a escolha de um ministro que Lula queira impulsionar nos cenários nacional e internacional. O coordenador da COP,no entanto,precisa ter tempo para se dedicar à costura dos acordos,que devem começar a ser discutidos no fim deste ano para serem assinados durante o evento. A fluência no inglês e a experiência em negociações internacionais são pré-requisitos importantes,o que pesa a favor da escolha por um integrante do Itamaraty.
Há um costume de que o presidente da COP seja anunciado ao fim da conferência anterior. Lula era esperado para o evento em Baku,mas decidiu não ir por recomendações médicas,segundo os seus auxiliares. Alckmin irá no seu lugar.
Alguns conselheiros do Planalto e especialistas defendiam que a escolha do presidente da COP30 ocorresse antes da edição da conferência no Azerbaijão. Mas isso não ocorreu. Internamente,integrantes do governo dizem que um anúncio antecipado poderia soar como um ato de desrespeito diplomático.
— O Brasil ainda está muito atrasado na questão de implementação de quem vai coordenar a COP30,quais serão os temas prioritários e a organização interna aqui — avaliou o cientista Paulo Artaxo,professor da USP,do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e consultor do Planalto sobre aquecimento global.
Artaxo defende que o governo escolha o quanto antes,para iniciar as tratativas com os representantes de outros países,empresários e investidores na elaboração das metas de redução da emissão de carbono. Mas o secretário-executivo do Observatório do Clima,Márcio Astrini,afirmou que os anúncios do governo estão dentro do prazo.
— É uma questão de respeito diplomático. Não adianta definir agenda da próxima COP sem ter acontecido a atual. A COP funciona como um fluxo. É o momento em que há o fechamento de todas as conversas que são feitas ao longo do ano — explicou.
Em março,o governo criou a secretaria extraordinária da COP30. O órgão é vinculado à Casa Civil e atua nos preparativos nas áreas de infraestrutura e logística. As negociações e debates sobre os temas a serem tratados são feitas por Corrêa do Lago.
Além do presidente,há outros cargos importantes que constituem a cúpula da COP,como o de CEO e os chamados “high level champions (alto nível)”,responsáveis por conduzir a série de reuniões do evento.
O governador do Pará,Helder Barbalho (MDB),sancionou ontem a lei que cria o Plano Estadual Amazônia Agora. O projeto prevê que o estado alcance as metas da Agenda 2030 da ONU,como a redução das emissões de gases do efeito estufa.