2024-10-27 HaiPress
A Fectrans/STRUP participou,na sexta-feira,numa reunião com a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e um representante da PSP para abordar a "defesa dos trabalhadores no quadro dos acontecimentos anómalos" dos últimos dias,com ataques a autocarros,que inclusive provocaram ferimentos graves num motorista.
Numa nota enviada à Lusa,Anabela Carvalheira,dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP),que faz parte da Fectrans,indicou que o sindicato defendeu ser necessário "conciliar o direito ao transporte dos utentes com a salvaguarda e defesa dos trabalhadores e é neste quadro que se têm que encontrar as soluções,que se possam enquadrar na resolução dos problemas existentes".
"Da parte da AML e da PSP foram dadas informações sobre as medidas mais visíveis e as mais discretas para irem ao encontro das preocupações que colocámos e defenderam que a solução não passa por medidas avulsas das administrações de empresas de supressão de serviços,porque em vez de uma solução pode contribuir para acentuar os problemas",afirmou.
O sindicato defendeu ainda a necessidade de medidas para os diversos modos de transportes que operam na região de Lisboa.
"Por último,transmitimos aos trabalhadores para que,no desempenho das suas funções,acautelem a sua integridade física e [que] perante uma situação anómala devem tomar as medidas da sua defesa e dos utentes,e relatar a quem de direitos as ocorrências",sublinhou.
O STRUP manifestou também solidariedade para com o motorista que está hospitalizado na sequência de um ataque a um autocarro,e defendeu que as situações que envolvam trabalhadores vítimas deste tipo de incidentes devem ter a caracterização de acidente de trabalho.
Os distúrbios verificados esta semana na Área Metropolitana de Lisboa ocorreram depois da morte de Odair Moniz,cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal,na Amadora,que foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira,no Bairro da Cova da Moura,no mesmo concelho,e morreu pouco depois,no Hospital São Francisco Xavier,em Lisboa.
Entre os distúrbios,foram causados danos em cinco autocarros e um motorista da Carris Metropolitana sofreu queimaduras graves. Segundo informação da empresa na quinta-feira,o homem estava fora de perigo de vida,apesar da gravidade dos ferimentos.