2024-09-18 HaiPress
Efeito sanfona — Foto: Freepik
GERADO EM: 18/09/2024 - 04:30
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Emagrecer e perder peso não é a mesma coisa. É possível perder quilos e mesmo assim ter engordado. Mas como isso é possível?
Emagrecer significa diminuir a porcentagem de gordura corporal,já a perda de quilos pode acontecer por diversos motivos. Você pode perder massa magra e diminuir o ponteiro da balança,mas não perder 1 grama de gordura. Por isso,se focar no que diz a balança não é o melhor indicador do emagrecimento e pode até confundir.
É importante esclarecer a diferença entre emagrecer e perder peso,ainda mais quando tanto se fala em saúde e incorporar bons hábitos ao nosso estilo de vida. Atualmente temos várias ferramentas para tratar a obesidade,que é uma doença e que segundo as previsões da OMS,em 2035,cerca de 50% da população será obesa.
Uma das novas “ferramentas” para tratar a obesidade e emagrecer são os remédios análogos (parecidos) com o hormônio GLP-1,que são produzidos no intestino e aumentam a saciedade do paciente,fazendo com que ele diminua o consumo de alimentos,são as famosas “canetinhas”. Nessa classe de medicamentos está o Ozempic que ganhou muita popularidade para o controle de peso,além de ser utilizado no tratamento da diabetes tipo 2. Embora seja reconhecido por ajudar na perda de peso,pesquisas recentes levantam preocupações sobre seus efeitos colaterais,especialmente no que diz respeito à perda de massa magra. Um estudo recente,publicado na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology em 2024,mostrou que o uso de medicamentos como o Ozempic pode resultar em até 39% de perda de massa magra durante o processo de emagrecimento. Isso é um dado preocupante,principalmente porque sabemos que manter massa muscular é sem dúvida nenhuma uma das principais medidas para se viver mais e melhor.
Durante o emagrecimento é importante a preservação da massa muscular existente e em alguns casos,até pensar em ganhar,mas para que isso aconteça é fundamental fazer atividade física,ter um consumo mínimo de proteína (1,5 a 2 gramas de proteína por quilo de peso corporal) e não fazer um déficit calórico maior que 10 a 15%. Porém o que se tem visto nos casos de perda peso acentuada e a diminuição da massa magra em decorrência de um déficit calórico grande,já que a pessoa come pouco. Esse processo ocorre não apenas com o uso de medicamentos,mas com qualquer dieta restritiva e que não se faça atividades físicas pra estimular o ganho de músculos.
Não! Como a atividade física,que é algo que gasta calorias vai te fazer engordar? Tudo o que você faz de movimento vai te ajudar no emagrecimento. Não se apegue aos números da balança.
A diferença na balança pode se dar por várias razões,ganho de massa magra,retenção de líquido,dentre outros. Há outras possibilidades de aumento de peso que não implicam ganho de gordura.
A obesidade é multifatorial e é preciso um olhar mais amplo no tratamento. Em vários casos o uso de medicamento poderá ser necessário,mas ter uma rotina com atividade física regular é fundamental se a preocupação é saúde. Na parte de alimentação,um nutricionista é essencial para calcular a quantidade de calorias mínimas e manter a quantidade adequada de nutrientes. Existem alguns casos que o acompanhamento psicológico será necessário. Ter uma boa orientação,que saiba identificar as ferramentas necessárias é fundamental para o sucesso no tratamento da obesidade e emagrecimento saudável.
Focar nos resultados da balança não é a melhor referência,eu recomendo a circunferência abdominal para avaliar o emagrecimento. A perda da CA é certeza de diminuição de gordura. É um bom parâmetro que serve como referência em relação ao risco de desenvolver doenças crônicas,alguns tipos de câncer e aumentar a expectativa de vida. Em homens manter a circunferência abdominal abaixo de 102 cm e das mulheres em 88 cm. É só medir na altura da cicatriz umbilical.