2024-08-09 HaiPress
Numa decisão dividida,com três votos a favor e dois contra,o Banco do México,conhecido como Banxico,cortou as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais,para 10,75%,na quinta-feira.
Isto apesar da inflação no país ter subido mais de um ponto percentual,para 5,57%,em julho. Durante a maior parte do ano,a inflação tem-se afastado do objetivo de 3% fixado pelo Banxico.
Os bancos centrais tendem a aumentar as taxas de juro para tornar mais caro o acesso ao crédito,a fim de desencorajar o aumento dos preços.
O Banxico justificou a medida pelo risco de desaceleração no crescimento da atividade económica e argumentou que os aumentos de preços ocorreram em setores mais voláteis,como energia e alimentação.
Mas os membros do conselho de administração do Banxico foram consensuais ao elevar a previsão para a inflação no final de 2024 para 4,4% e ao reduzir a previsão para a inflação subjacente de 4,1% para 4%.
A inflação subjacente -- os setores menos voláteis que os bancos centrais observam especialmente de perto quanto às tendências de longo prazo -- aumentou 0,3 pontos percentuais em julho,para pouco mais de 4%.
O diretor da consultoria Moody's Analytics classificou a decisão como surpreendente e "totalmente inconsistente com as condições inflacionistas",acrescentando que "o banco assumiu um risco desnecessário".
Alfredo Coutiño disse num relatório que o corte das taxas "tem o potencial de aumentar as pressões sobre o peso". A moeda do México sofreu uma queda significativa em relação ao dólar norte-americano nas últimas semanas.
A diretora de análise económica do grupo financeiro local Banco Base,Gabriela Siller,alertou que a decisão poderá "revelar-se um erro político que pode acabar por prejudicar a reputação do Banco do México".