Pedidos de apoio a PME em Angola "já têm eco" nas políticas do Governo

2024-07-25 HaiPress

Luís Montenegro falava no encerramento do Fórum de Negócios Angola-Portugal,dedicado ao tema do setor agroalimentar,no âmbito da visita oficial a Angola que termina na quinta-feira.

 

"Para além dos reflexos que o aumento da linha de crédito Portugal-Angola que ontem anunciei,em 500 milhões de euros,nós temos em Portugal,através da intervenção do Banco Português de Fomento,uma linha de apoio à internacionalização das nossas empresas com fundos europeus -- InvestEU -- que ascende a 3.600 milhões de euros,dos quais 2.500 milhões estão destinados precisamente às pequenas e médias empresas",frisou.

Para além disso,acrescentou,"o Governo está empenhado também em ajudar aquelas que já foram PME a agora ascenderem à categoria de grandes".

Numa intervenção antes no mesmo Fórum,o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA),José Severino,dirigiu-se diretamente a Luís Montenegro a quem pediu que,no financiamento às empresas que trabalham em Angola,que "guardem uma fatia de 10% para as PME",salientando que este foi também um desejo já expresso pelo embaixador de Portugal em Angola,Francisco Alegre Duarte

Empresários ouvidos pela Lusa na Filda queixaram-se também de falta de apoio às PME exportadoras e das dificuldades de acesso aos programas de internacionalização e de investimento,defendendo soluções mais direcionadas para este tipo de empresas.

Montenegro considerou que "a resposta está dada" a estes apelos,reiterando que as linhas de apoio às empresas que favorecem a internacionalização "vão repercutir-se nos mercados que escolherem" e o mercado angolano é "muito relevante" para Portugal.

O primeiro-ministro realçou que,nas linhas de financiamento já disponíveis,711 milhões de euros são para "investimento direto na investigação,no conhecimento,na inovação e na digitalização,que são pressupostos de competitividade das empresas para elas também se poderem internacionalizar".

Na sua intervenção,Montenegro quis deixar palavras de gratidão e de esperança sobre o passado,presente e futuro das relações entre os dois países.

"A minha primeira palavra é de gratidão. Gratidão às empresas,gratidão aos empresários e gratidão aos trabalhadores. Aos muitos milhares de trabalhadores portugueses que estão hoje aqui em Angola e aos muitos milhares de trabalhadores angolanos que estão hoje em Portugal",disse,reiterando que os cidadãos que falam português têm prioridade para entrar em Portugal.

Por outro lado,citou o exemplo das duas empresas que visitou hoje nos arredores de Luanda -- Powergol e Refriango -- para manifestar a esperança na "capacidade empreendedora,de assumir riscos,de pegar no produto das empresas e reinvesti-lo a bem da criação de novos negócios".

"A gratidão é sobretudo por aquilo que nós já fomos capazes de fazer e a esperança é sobretudo por aquilo que nós ainda vamos fazer no futuro,que é o mais importante",repetindo uma expressão que tem utilizado ao longo desta visita oficial,de que as relações entre Portugal e Angola são "relações para todas as horas".

[Notícia atualizada às 18h48]

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